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Depoimento de quem já se submeteu a cirurgia de redução do estômago

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Quando as tentativas de emagrecer com dietas e exercícios físicos são fracassadas e a perda de peso se torna questão de saúde como já comentamos nesse post Cirurgia Bariátrica e Diabetes Tipo 2, a cirurgia de Redução de Estômago talvez seja a melhor opção.

Porém, se submeter a este tipo de cirurgia não é tão fácil como se pensa, e para que você entenda melhor o que passa na cabeça de uma pessoa recém-operada vamos contar um pouco da história de quem teve que passar pelo procedimento.
O que há de bom após a cirurgia bariátrica

Antes de falar no que há de bom, é preciso registrar algumas situações que ocorreram comigo e que acredito ser de grande valia para todos os que estão acima do peso.

Nunca fui uma pessoa vaidosa ou me senti atingido por qualquer comentário em relação ao meu peso, o que me motivou a procurar um médico foi minha parte física, isto é, o fato de eu dormir parecendo uma serra elétrica, de tanto roncar, dormir mal, perceber que o nível de colesterol estava aumentando, que a doença que tenho no fígado (esteatose) estava piorando, sentir dificuldade para amarrar um sapato e por aí vai.

Foi com base em tudo isso – e após ter feito inúmeros regimes, com ou sem medicação, exercícios e idas e voltas a nutricionistas –, que percebi que minha fome continuava devastadora. Conseguia emagrecer com muito sacrifício e passando fome mesmo, mas depois engordava o dobro. Consequentemente, passei a pesquisar sobre a cirurgia.

Durante um ano, vasculhei a internet e consegui sanar todas as dúvidas que foram aparecendo. Passei então a procurar um médico, e cheguei a ir a alguns profissionais até descobrir que o Dr. Marcelo Salem, que já tinha realizado uma biópsia no meu fígado por causa da esteatose, também estava operando. Foi aí que me senti seguro.

Tenho que confessar: sou privilegiado, graças a Deus tenho plano de saúde e, desde a consulta até a operação, não se passaram nem 100 dias, e não tive um único problema para aprovar o procedimento. Fiz a cirurgia na época em que queria e já estava em casa no período planejado, ou seja, acho que esse planejamento e a ausência de problemas no pós-operatório foram fundamentais para a retomada da minha vida.

 

Agora, após esse tempo todo, o que estou percebendo de melhor é:

– Perdi um pouco da gordura, mas continuo com o humor típico dos gordos, e isso não quero perder jamais

– O caldinho nojento só durou uma semana. Depois disso, a dieta é tranquila

– Não tenho fome anormal (só me ocorreu uma vez) e não passo vontade. Acho que tinha uma fonte inacabável por causa da tal grelina (hormônio da fome), pois depois que a retirei junto com o estômago virei uma pessoa normal

– Parecei de fumar e estou com nojo de cigarro

– Comecei a frequentar a academia e percebi que meu corpo dói todo

– Estou entrando em roupas que não imaginava que voltaria a usar

– Finalmente desliguei a serra elétrica que tinha dentro de mim e parei de roncar

– Descobri que tenho uma mínima aptidão culinária, e cozinhar passou a me ajudar a perder a fome

– Tive a ideia de criar um novo site demonstrando que é possível comer muito bem mesmo após a cirurgia

– Passei a mastigar muito. Por isso, tenho necessidade de comer alimentos bem saborosos, já que ficam mais tempo na boca

– Consigo amarrar o sapato sem ter um suadouro infernal e o coração sair pela boca

– Meu exame de sangue já apresentou melhora significativa

– Acho que viverei uns 20 anos a mais

 

 

O que há de ruim após a cirurgia bariátrica

Desde que operei e retomei minha vida normal, recebo inúmeros questionamentos sobre o que há de ruim após a cirurgia.

Acho que isso é porque sempre apareço ou demonstro que estou bem, então não há nenhum comentário sobre sofrimentos que passei, como dor, enjoo, mal-estar ou coisas do gênero. O que existiu foi um “problema” na hora de comer um cação e um hambúrguer, mas nada que me fizesse passar mal.

Não sei qual a explicação médica, mas acredito que estou bem por fatores como: equipe médica qualificada, nutricionista eficiente, esforço gigantesco dos meus pais na alimentação, início das atividades físicas, apoio de todos os que estão acompanhado a minha luta e muita força de vontade minha parte, pois não é fácil resistir às tentações.

Mas, como nem tudo são flores, listo abaixo as principais coisas ruins que tenho enfrentado:

– Fraqueza: ainda que eu tenha um pouco de dor na panturrilha, especialmente durante a noite ou quando há mudança de tempo. Como não tinha isso antes, associo à cirurgia

– Frio: sempre fui uma pessoa friorenta, mas tenho sentido muito mais frio. Acho que estou perdendo gordura e, com ela, um pouco dessa “capa protetora”

– Dar goladas é impossível: não tem como dar aquelas goladas que fazem “glub, glub, glub”. Quando estou com muita sede, o máximo que consigo tomar é uma goladinha, e as outras a cada 1 ou 2 minutos. Não há chance de matar a sede de uma vez só

– Olfato de “cão farejador”: estou com um olfato apuradíssimo. Isso não é tão bom quanto parece, afinal, cheiro de cigarro, “sovaco” vencido, álcool, bafo, chulé, pum, etc são percebidos de forma intensa, e isso causa um transtorno insuportável. É preciso sair do ambiente ou de perto da pessoa imediatamente

– Sair para comer: é dificílimo comer fora. Até o grelhado muitas vezes é feito com um banho de azeite. Consegui comer fora apenas três vezes, e em todas comi peixe grelhado

– Desperdício de comida: comer fora é prejuízo na certa. Não consigo comer nem 1/3 do prato da meia porção que consta no cardápio. Mesmo assim, a conta precisa ser paga inteira…rsrs. Mas sempre peço pra embrulhar, como no dia seguinte ou dou para alguém na rua, pois não acho justo desperdiçar alimentos

– “Está doente?”: aquele conhecido que não vê você há mais de 90 dias vai ter certeza de que você está doente, em estado terminal

– Roupas: é ao mesmo tempo bom e ruim, pois, até o corpo estabilizar, comprar roupa é jogar dinheiro fora. Então, o jeito é usar as que tem: aperta daqui, aperta dali e vai dando um jeito. Mas em algumas ocasiões parece que estou dentro daqueles sacos de corrida usados em festa junina

– Como os outros comem: é involuntário, mas tenho percebido o quanto as pessoas comem comparando com o que estou comendo. Mesmo que essas pessoas não tenham mudado a quantidade de alimentos, hoje parece que elas comem muito, e isso dá um pouco de aflição

– Visitar os outros: nessa fase, é sempre complicado, pois todos querem lhe agradar. Às vezes, até fazem uma compra que acreditam ser light. Mas já tive que recusar em algumas ocasiões, pois havia me alimentado antes ou os alimentos não faziam parte da minha dieta

– Shake de proteína: é um suplemente alimentar que tomei entre 90 e 150 dias após a cirurgia. O produto nacional fica uma papa e não desce ao bater com água. Já o importado é melhor, vai superbem, mas é caro pra “dedéu”

– Restrição alimentar: por 120 dias, não pude comer uma picanha, uma pizza ou um açaí, por exemplo

Com o que listei, é possível perceber que não há nada de tão ruim ou absurdamente difícil de superar. Não sei se isso um dia vai mudar ou não, porque pode ser que eu adicione ou exclua algumas coisas no futuro. Isso o tempo é que dirá, mas atualmente é isso que eu sinto.

Quatro meses após a cirurgia, já podia comer tudo o que tivesse vontade, mas com cautela com relação às calorias. Quando experimentei uma picanha, não consegui comer um pedaço inteiro, e isso vale até hoje. Tenho que comer em pedaços pequenos, mastigar bastante e retirar a gordura.

Agora sinto fome como uma pessoa normal, faço as 3 refeições diárias principais e como nos intervalos: lanche da manhã, tarde e uma fruta antes de dormir. Vivo tranquilo, sinto fome se pulo alguma refeição ou coisa do gênero, mas é uma fome normal. Já aquela voracidade que eu tinha antes da cirurgia era reflexo dos dias em que não me alimentei corretamente – daí o corpo sentiu.

 

Bom, acho que é isso, mas, colocando na balança o que há de ruim e o que há de bom ao reduzir o estômago, tenho certeza de que, até agora, valeu muito a pena.

 

Com informações do site Bem Estar.

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